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Mixomatose: Uma doença viral altamente contagiosa

Etiologia

Doença viral provocada por Myxoma (MYXV), pertencente à família Poxviridae, que afeta os leporídeos (coelhos e lebres). Este agente infeccioso apresenta várias estirpes com diferentes graus de patogenecidade. O hospedeiro deste vírus é o coelho silvestre, sendo que as lebres também são suscetíveis de contrair a doença, mas raramente a desenvolvem. Afeta coelhos de estimação de ambos os sexos e em qualquer fase da vida dos mesmos.


Transmissão

Os mosquitos e as pulgas veiculam esta doença, bem como materiais em que o vírus possa estar presente como por exemplo: fenos, ração, águas paradas, e qualquer tipo de material em que este agente possa existir (materiais em zonas epidemiológicas com maior números de agentes transmissores). O próprio ser humano também pode transportar o vírus para o seu animal, quando este se encontra a título de exemplo na roupa do mesmo.

Formas de transmissão:

  • Contacto direto: secreções nasais e oculares, sémen, lesões dermatológicas e secreções genitourinárias de coelhos infetados ou portadores;
  • Contacto indireto: insetos hematófagos, instrumentos, materiais contaminados e seres vivos que possam transportar o vírus.

Sinais Clínicos

  • Forma clássica (nodular):  edemas nas regiões da cabeça, pálpebras, região perianal; nódulos nas orelhas, pálpebras, e regiões genitais. Este tipo de sintomatologia e quadro clínico pode evoluir para infeções bacterianas no trato respiratório. Em quadros mais crónicos podem surgir ainda tumores cutâneos benignos (fibromas/mixomas);
  • Forma respiratória:   sinais clínicos de quadro respiratório e ocular: dispneia, blefaroconjuntivite; sem presença de nódulos cutâneos ou com aparecimento muito raro.

Diagnóstico

Deve-se isolar o agente em laboratório: PCR, isolamento viral, ELISA, histopatolgia e/ou imunohistoquímica.

Pode ser confundido com outros diagnósticos diferenciais como: sarna, Fibroma de Shope e patologias respiratórias.

Tratamento

Não existe tratamento eficaz contra esta patologia. Alguns animais afetados em situações muito raras recuperam quando apresentam um quadro clínico ligeiro, no entanto é uma doença que pode levar à morte deste animal de estimação.

O tratamento é apenas uma terapêutica de suporte que exige o internamento e cuidados intensivos do animal. Deverá ser realizada fluidoterapia para hidratação e reposição da volémia, antibioterapia, medicação anti-inflamatória, utilização de substâncias ativas que promovam a progressão e que evitem a estase gastrointestinal, também se revela importante a utilização de compostos vitamínicos e minerais. Em situações mais críticas e com prognóstico muito reservado de quadros de dispneia deve-se proceder à realização de oxigenoterapia. Durante este regime de tratamento intensivo deve-se ter em atenção o controlo de temperatura corporal, verificar se o animal mantém o peristaltismo entérico, oxigenação e controlo de glicose.
O prognóstico de animais com esta patologia é muito reservado, sendo necessária uma avaliação médico-veterinária detalhada e precisa.

Prevenção

A principal forma de prevenir esta patologia é através do ato vacinal (vacina administrada de 6 em 6 meses). Existem medidas que também podem ser empregues como algumas medidas de biossegurança que visam o controlo de insetos (utilização de redes mosquiteiras em locais com maior prevalência de insetos) e desinfeção de materiais que possam estar em contacto com os coelhos (gaiolas, parques, bebedouros, comedouros, brinquedos, etc).

Bibliografia:

  1. Bertagnoli S, Gelfi J, le Gall G, Boilletot E, Vautherot J, Rasschaert D, Laurent S, Petit F, Boucraut-Baralon C, Milon A. 1996. Protection against myxomatosis and rabbit viral hemorrhagic disease with recombinant myxoma viruses expressing rabbit hemorrhagic disease virus capsid protein. J Virol. 70(8):5061–5066.
  2. Chapple P, Lewis N. 1964. An outbreak of myxomatosis caused by a moderately attenuated strain of myxoma virus. Epidemiology & Infection. 62(4):433–441.
  3. Farrell S, Noble PJM, Pinchbeck GL, Brant B, Caravaggi A, Singleton DA, Radford AD. 2020. Seasonality and risk factors for myxomatosis in pet rabbits in Great Britain. Preventive Veterinary Medicine. 176. doi:10.1016/j.prevetmed.2020.104924.
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  5. Hess L. 2012. Myxomatosis. In: Ferrets, Rabbits, and Rodents. Third Edition. Elsevier.
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Prevenção

A principal forma de prevenir esta patologia é através do ato vacinal (vacina administrada de 6 em 6 meses). Existem medidas que também podem ser empregues como algumas medidas de biossegurança que visam o controlo de insetos (utilização de redes mosquiteiras em locais com maior prevalência de insetos) e desinfeção de materiais que possam estar em contacto com os coelhos (gaiolas, parques, bebedouros, comedouros, brinquedos, etc).

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