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Miosite dos músculos mastigatórios (MMM) consiste numa doença muscular inflamatória autoimune em que o sistema imunitário do próprio cão produz anticorpos que reagem seletivamente contra as miofibras do tipo II M presentes somente nos músculos da mastigação.
A fisiopatologia da MMM ainda não se encontra esclarecida pela comunidade científica, propondo-se que seja resultante, pelo mimetismo molecular com anticorpos produzidos em resposta a um agente infecioso que reage de forma cruzada com auto-antigénios das miofibras do tipo II M.
A MMM pode ocorrer em qualquer cão, no entanto tem sido observada uma predominância da sua ocorrência em jovens adultos sendo que algumas raças poderão ter predisposição genética à mesma, tais como pastores alemães, labradores retrievers, golden retrievers, rottweilers, weimaraners, dobermans e cavalier king charles spaniels.
A apresentação da MMM pode surgir como quadro clínico agudo ou crónico. A forma aguda incluí dor na mandibula, edema dos músculos mastigatórios, trismo (contratura espasmódica da musculatura da mandíbula que causa dificuldade em abrir a boca) e sinais oftálmicos (tais como exoftalmia e estrabismo). A forma crónica caracteriza-se por uma atrofia muscular progressiva com ou sem restrição da mobilidade da mandíbula.
A suspeita de MMM pode ocorrer sempre que o cão apresente sinais clínicos tais como: letargia, hiporexia ou anorexia e diminuição ou ausência da capacidade de engolir ou de apreensão dos alimentos.
O diagnóstico de MMM deve ser baseado na combinação da história pregressa e sinais clínicos específicos, no exame clínico da cavidade oral, no exame neurológico e nos resultados dos exames complementares de diagnóstico.
Na lista de diagnósticos diferenciais deve se incluir doenças infeciosas do sistema neurológico (como clostridiose, esgana, neosporose, toxoplasmose), doenças imunomediadas (como lúpus eritematoseo sistémico, polimiosite), neurite do nervo trigémio, neurotoxicidade, reação a medicamentos, lesões traumáticas da articulação temporomandibular (fratura, luxação ou subluxação, corpos estranhos), massas retrobulbares e doença paraneoplásica.
Os meios de diagnóstico complementares a que podemos recorrer para obtermos o diagnóstico definitivo de MMM são exames imagiológicos avançados ao crânio tais como a tomografia computorizada e a ressonância magnética.
A electromiografia e a biópsia muscular também podem ser realizadas, tanto para confirmar o diagnóstico como para tentar caracterizar a gravidade da doença.
Existe ainda disponível em alguns países um teste serológico que permite detetar anticorpos contra as miofibras do tipo II M.
Devemos ter em conta que terapêuticas com corticosteroides prévias à realização destes exames podem influenciar o seu resultado.
Fig1. Ressonância magnética ao crânio da Yara, cadela de 1 ano de idade, de raça grande indefinida, seguida na Aristocão. Nestes cortes da RM foram encontrados achados bilaterais e assimétricos nos músculos masséter, temporal e pterigoide compatíveis com miosite mastigatória.
O tratamento de MMM, tal como em outras doenças inflamatórias imunomediadas, baseia-se primordialmente na administração de glucocorticoides, sendo frequentemente recomendado tanto doses anti-inflamatórias como imunossupressoras de prednisolona.
Outros fármacos imunossupressores, tais como a ciclosporina, são também uma hipótese de tratamento tanto para um controlo adequado dos sinais clínicos como por permitirem a redução dos glucocorticoides e consequentemente dos seus efeitos secundários.
Em fases iniciais da doença podemos adicionar analgésicos de forma a potenciar o maneio da dor e a deixar o cão mais confortável.
Adicionalmente à terapêutica prescrita, são necessárias alterações na alimentação do cão, pelo menos numa primeira fase, devendo os alimentos fornecidos encontrarem-se humedecidos de maneira a facilitar a apreensão do alimento e a incentivar a sua ingestão.
O prognóstico da MMM depende diretamente da sua gravidade. Quanto mais precoce for diagnosticada e o tratamento iniciado maior é a probabilidade de recuperação total ou parcial da funcionalidade normal da mandibula. Num quadro crónico da doença devido à fibrose a funcionalidade nunca recuperará a 100%.
Importante ter em conta que a terapêutica, principalmente com glucocorticoides, poderá agregar efeitos secundários que influenciam tanto a função muscular como do estado geral do animal. É ainda de realçar, que infelizmente é possível ocorrer resistências ao tratamento que tornam o prognóstico da MMM reservado.
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